Talvez eu tenha morrido


Sobre o livro

Em seu primeiro livro de poesias, Juba Maria tirou o sofrimento guardado dentro de uma caixa de madeira, e, talvez, encerrado em seu próprio peito. Em páginas que lavam a alma, deu voz, assim, a Inés e a outras tantas mulheres anônimas oprimidas pela violência. Talvez eu tenha morrido expressa a dor, escondida entre escombros, de uma bailarina que desejou a morte, mas já se sentia morta e ao mesmo tempo esperançosa com a fantasia de que poderia, um dia, reerguer-se de mãos dadas com outras mulheres. Porventura, na minha leitura cuidadosa, concatenando ideias, percebo que não existem coincidências: dividido em cinco capítulos, a obra representa os dedos de uma mão. Através dele, podemos erguer Inés e todas as mulheres. Simbolismo de união e de respeito. A poesia de Juba ou de Inés dança com nossas memórias em harmonia com o flamenco. Mas o leitor dessa coreografia não é instigado à lástima e sim ao despertar do coração para a nossa realidade em busca de afetividade, empatia e luta. Senti meu próprio brado quando transcorria meus olhos por sobre as páginas. Lágrimas deslizaram, mas não de tristeza e sim de alívio: não estamos sozinhas. – Val Costa


Obra de se ler num gole só. Um engasgo salgado, feito das lágrimas de mulheres vítimas de violência. Em Talvez eu tenha morrido Juba Maria dá voz ao silêncio de Inés, trazendo à vida uma mulher morta dentro de si. No entanto, essa mulher ainda existe, e é um inconveniente “fantasma” que nos lembra de lutas e acolhimentos necessários. Ainda bem! A poesia enquanto arma de combate à opressão e à violência é tão desvalorizada quanto necessária. Poesia enquanto ato político. Por isso, a importância de dar voz, falada e escrita, às experiências vividas, muitas vezes na carne, dessas mulheres. Nessa mistura de realidade e ficção, ela tece a fantasia de fuga da opressão de Inés e de todas que buscam resgatar a dignidade do respeito e da igualdade. Dividi com Juba, muitas vezes, a vida e a fala, no coletivo de mulheres que escrevem que tivemos, cuja experiência nos provou que democratizar decisões e dividir conquistas e angústias é o caminho de construção de novas mulheres. Trocamos muito, inclusive cartas. Ressignificamos. Morremos para nascer de novo. Resgatamos nossa potência. Assim seguimos, compartilhando nascimentos, como este livro, resultados de superações e plantios férteis. – Sara Braga

Sobre a autora

Paulistana criada no Rio de Janeiro, Juba Maria é mãe, jornalista formada pela UFRJ, produtora de conteúdo, professora, agitadora cultural e gestora de projetos sociais. Militante feminista, assina a coluna Mulherio, do Jornal de Uberaba, cidade onde reside desde 2013. Promove projetos e oficinas voltados para mulheres em situação de violência. Atualmente está pré-incubada na Universidade Federal do Triângulo Mineiro para desenvolver um dispositivo de segurança para mulheres.



Talvez eu tenha morrido
Juba Maria
Gênero Poesia
Selo celinas
Ano 2019
ISBN 978-85-54867-04-1
136 páginas

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